segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dízimo? Por quê?

O que é Dízimo?

O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal – mas também como direito – em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. Pelo dízimo, podemos viver essas três importantes virtudes cristãs, chamadas de virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus. O dízimo é compromisso de cada cristão. É uma forma de devolver a Deus, num ato de agradecimento, uma parte daquilo que se recebe. Representa a aceitação consciente do dom de Deus e a disposição fiel de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que temos e recebemos vem de Deus e pertence a Deus.

Que passagens da Bíblia nos falam do Dízimo?

São muitíssimas. Por sua Palavra, Deus nos convida: a confiar nele, que é o único Senhor de tudo; a ser-lhe agradecidos, porque ele é a fonte de todo bem; a colaborar com ele na instauração de uma nova sociedade, em que haja partilha e comunhão de bens, e em que não haja necessitados. Nos textos que seguem, podemos conferir essa divina proposta. A título de exemplo, citamos apenas algumas passagens bíblicas. Veremos, primeiro, que os patriarcas de Israel sabiam reconhecer os dons de Deus e lhe eram agradecidos, oferecendo-lhe a décima parte de tudo o que possuíam: “Abraão deu ao Senhor a décima parte de tudo” (Gen. 14,20). Jacó disse: “Eu te darei a décima parte de tudo o que me deres” (Gen. 28,22). Através do profeta Malaquias, Javé reclama do povo a oferta do dízimo, e lhe faz a ousada proposta de fazer a experiência do dízimo, como sinal de confiança nas graças que somente ele, Javé, pode dar. Diz Javé: “Vocês perguntam: Em que te enganamos?¹ No dízimo e na contribuição. Vocês estão ameaçados de maldição, e mesmo assim estão me enganando, vocês e a nação inteira! Tragam o dízimo completo para o cofre do Templo, para que haja alimento em meu Templo. Façam essa experiência comigo. Vocês hão de ver, então, que abrirei as comportas do céu, e derramarei sobre vocês as minhas bênçãos de fartura” (MI 3,8-10).

Quanto se deve oferecer de dízimo?

Deve-se ofertar a Deus o que mandar o nosso coração e o que a nossa consciência falar. O Apóstolo Paulo assim escreve: Dê cada um conforme o impulso de seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria (2 Cor 9,7). Os israelitas davam dez por cento do que colhiam da terra e do trabalho. Daí vem a palavra dízimo, que significa décima parte, dez por cento daquilo que se ganha. Veja como Deus é bom. Ele lhe dá tudo. Deixa nove partes para você fazer o que precisar e quiser, e pede retorno de somente uma parte. Assim, todos somos convidados a ofertar de fato a décima parte. Mas é importante perceber o seguinte: dízimo não é esmola, nem sobra, nem migalha, pois Deus de nada precisa. Ele quer nossa gratidão. Ele quer que demos com alegria e reconhecimento e liberdade. O que se dá com alegria faz bem àquele que dá e àquele que recebe.
Deus quer que ofertemos o dízimo com alegria e liberdade. Embora a palavra dízimo tenha o significado de décima parte, ou dez por cento, cada pessoa deve livremente definir, segundo os impulsos de seu coração, sem tristeza e nem constrangimento, qual seja o percentual de seus ganhos que deve destinar ao dízimo a ser entregue para a sua comunidade. No entanto, a experiência tem comprovado que aqueles que, num passo de confiança nas promessas divinas, optaram pelo dízimo integral, isto é, pela oferta de 10% de tudo que ganham, não se arrependeram de tê-lo feito e nem sentiram falta em seus orçamentos. Ao contrário, sentem-se mais abençoados que antes, quando suas contribuições eram proporcionalmente menores. Há muitos dizimistas que dão este testemunho: quanto mais se oferece de dízimo, mais se ganha. Pois, o dízimo é um ato de fé em Deus, que não deixa na mão os que nele confiam. De qualquer modo, cada dizimista deve sentir-se livre diante de Deus para fixar o percentual de sua contribuição. O dizimista não deve preocupar-se com o que sai de seu bolso (se muito ou pouco dinheiro), mas o que sai de seu coração (se pouco ou muito amor a Deus e à comunidade).

O dízimo deve ser mensal, bimestral ou anual?

Em princípio, o dízimo deve ser oferecido cada vez que se recebe algo: o salário, uma doação ou o resultado de uma venda importante. De modo geral e prático, podemos dizer que a oferta do dízimo deve ser mensal. Assim como você recebe seu salário todo mês, assim também mensalmente deveria fazer sua oferta do dízimo. Por isso, é necessário educar-se para fazer mensalmente a oferta do dízimo. Se o católico, que recebe mensalmente o seu salário, não se educar para o dízimo mensal, ele irá dar, uma ou outra vez, aquilo que sobrar. E isso não é dízimo, mesmo que seja uma grande quantia. Se desse mensalmente apenas 1%, mas com alegria e consciência, seria melhor. Sendo uma contribuição regular e periódica, e proporcional ao ganho de cada dizimista, o dízimo deve ser entregue na comunidade com a mesma regularidade com que acontece o recebimento de seus ganhos. A contribuição mensal de cada dizimista favorece também a organização da Pastoral do Dízimo, na comunidade, na paróquia e na diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente de dízimo, a Igreja pode fazer seus orçamentos e previsões, bem como pode prestar contas regulares ao povo.

Por que, para algumas pessoas, é tão difícil oferecer o Dízimo?

Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a dois senhores, adorando ao mesmo tempo a Deus e ao Dinheiro (Lc 16,13). Mesmo assim, há cristãos que seguem a proposta do mundo. A sociedade materialista e consumista em que vivemos nos ensina a reter, concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incentivados a ter corações egoístas e fechados. O Evangelho, ao contrário, nos ensina que só quem é generoso e não tem medo de repartir o que possui está, de fato, aberto para acolher os benefícios de Deus. São dois projetos bem diferentes: a sociedade consumista e egoísta ou o Reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma escolha entre o Reino de Deus e o reino do dinheiro.

O que o dízimo tem a ver com Deus?

O povo de Israel foi o primeiro povo da história humana a acreditar em um só Deus, que governa todo o Universo. Foi também, o primeiro povo a acreditar que, se o homem vive, é por vontade e querer desse Deus, que criou o ser humano “à sua imagem e semelhança”. Por esse motivo passou a fazer parte da vida desse povo a retribuição, o agradecimento. Todo judeu oferecia a décima parte de seus bens, como retribuição dos bens recebidos de Deus. Como nós, cristãos, temos nossas raízes nesse povo judeu, herdamos dele certas formas de homenagear o nosso Deus, que acreditamos ser o Pai de todas as pessoas. O dízimo é uma das mais antigas formas de agradecimento do ser humano a Deus. Não podemos deixar de reconhecer que, com o passar do tempo, tais formas de retribuição foram deturpadas. O dízimo, que inicialmente era uma necessidade de o ser humano manter sua solidariedade com seus irmãos e irmãs, através da Igreja, passou a ser uma obrigação imposta pela Igreja dos tempos antigos, perdendo o verdadeiro sentido que tinha no princípio.

João Batista, o maior dos profetas

No dia 24 de junho, a Igreja celebra a solenidade litúrgica do nascimento de João Batista, “o maior dos profetas”, que foi enviado “para preparar os caminhos do Senhor”. Ele e a Virgem Maria são os únicos em que a liturgia lembra o nascimento. Os demais santos são comemorados no dia da morte, mas João é comemorado duas vezes: no nascimento e no seu martírio, celebrado em 29 de agosto.

A celebração da natividade de João Batista evoca a manifestação da graça e bondade de Deus. O lema é a frase de Zacarias, seu pai, no evangelho dessa solenidade: “Seu nome é João”. A frase é uma mensagem da gratuidade e bondade divinas. O próprio nome – Yohanan – significa “Deus se mostrou misericordioso”. É importante lembrar que seus pais, Zacarias e Isabel, eram idosos e a mãe, estéril. Portanto o nascimento de João revela o poder e a bondade de Deus e é um sinal claro da importante missão que a ele é confiada.

Ele é o “profeta do Altíssimo” e seu modo de viver lembra Elias, o profeta que vivia no deserto, impelido pelo Espírito. Aliás, no evangelho de Lucas, o anjo anuncia que João andará no espírito de Elias, o mais típico “homem de Deus” do Antigo Testamento.

João é testemunha da Luz, sobretudo por ter apontado Cristo no meio da humanidade. Ele encarna a plenitude do Antigo Testamento e a preparação para o Evangelho. E teve a graça de batizar o próprio Cristo, marcando o início da missão do divino Salvador. 

O maior dos profetas

“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo.” Assim o evangelho de Lucas inicia o canto de Zacarias que louva a Deus pelo nascimento do filho João Batista. E mais adiante ele proclama: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo porque irás adiante da face do Senhor a preparar os seus caminhos.” (Lc 1, 68.76)

No dia 24 de junho, com muita alegria, a Igreja solenemente celebra o nascimento de São João Batista que, ao lado da Virgem Maria, são os únicos em que a liturgia lembra o nascimento. Os demais santos são comemorados no dia da morte – quando terminam sua missão e nascem para a vida eterna – mas João é comemorado duas vezes: no nascimento e no seu martírio, celebrado em 29 de agosto.

Esse privilégio litúrgico se deve à grandeza da missão do Batista. Ele é o precursor do Messias, aquele que foi enviado para preparar os caminhos do Senhor. É testemunha da luz por ter apontado Cristo no meio da humanidade: “Eis o Cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo.” (Jo 1, 29) 

Sua festa evoca a manifestação da graça e bondade de Deus. O nome João significa “Deus se mostrou misericordioso”. A misericórdia de Deus se manifestou no nascimento desse profeta. Seus pais, Zacarias e Isabel, “eram justos diante de Deus, caminhando irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.” (Lc 1, 6) Não tinham filhos porque Isabel era estéril e ambos estavam em idade avançada. Isso era considerado um castigo de Deus na mentalidade judaica da época, mas Deus prova o contrário. 

A misericórdia divina também se manifesta na missão importante a ser vivida por João. Ele nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, de quem é primo, segundo a Tradição. É o último e o maior dos profetas, aquele que veio para dar testemunho da luz verdadeira que é Jesus Cristo.

Nos evangelhos, várias passagens ressaltam a pessoa e a missão do Batista. O evangelista João afirma que “houve um homem enviado por Deus que se chamava João. Este veio para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele. (Jo 1, 6) Em outra passagem o mesmo evangelista narra que, interrogado pelos judeus se ele era o messias esperado, João Batista testemunhou: “Eu não sou o Cristo. Eu batizo em água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. Este é o que há de vir depois de mim, ao qual eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.” (Jo 1, 20. 26-27)

Marcos inicia seu evangelho apresentando João Batista que “pregava o batismo de penitência para remissão dos pecados.” (Mc 1, 4) O evangelho de Mateus conta que João começou a pregar no deserto da Judéia, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é aquele de quem falou o profeta Isaías quando disse: Voz do que clama no deserto. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.” (Mt 3, 2-3)

E o próprio Jesus dá seu testemunho sobre a missão de João quando deseja ser por ele batizado. Em outra ocasião, Jesus novamente destaca a missão de seu precursor, afirmando que ele é mais que um profeta, pois foi enviado para preparar o caminho do Messias. E completa: “Na verdade vos digo que entre os nascidos das mulheres não veio ao mundo outro maior que João Batista.” (Mt 11, 11)

Homem de coragem, enfrentou as autoridades e os poderosos, denunciando seus erros e injustiças. Enfrentou o próprio rei Herodes, censurando-o por ter tomado como mulher a esposa de seu irmão: “Não te é lícito” – exclamava com firmeza e coragem, que lhe custaram a prisão e a morte. 

Na celebração desse grande santo, que mensagem eu gostaria de transmitir a todos os fiéis diocesanos confiados ao meu pastoreio? A minha mensagem e a mesma de João Batista, conclamando o povo à conversão: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. E todo homem verá a salvação de Deus.” (Lc 3, 4-6)

João Batista nos convida a mudarmos de vida, a direcioná-la conforme os valores do Reino de Deus: “Quem tem duas túnicas, dê uma ao que não tem; e o que tem que comer, faça o mesmo.” (Lc 3, 11) A salvação divina se concretiza na medida em que o Reino de Deus se realiza: na vivência da fraternidade, na prática da justiça, na defesa da vida, na promoção da dignidade humana, no resgate dos direitos dos pobres e excluídos.

Por isso a mensagem de São João Batista se faz atual e contundente. Ela convida todos a se empenharem na construção de uma nova sociedade, sem violência, sem miséria, uma sociedade que ofereça condições de vida digna para todos. Pois, como proclama Zacarias em seu canto, João veio ao mundo “para dar ao povo o conhecimento da salvação, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, para dirigir nossos pés no caminho da paz.” (Lc 1, 77-79)

Celebrando a festa de São João Batista, rogamos que sua proteção se faça constante e sua mensagem sempre nos interpele para a construção de uma sociedade cada vez mais alegre e bonita. Para a construção de uma sociedade cada vez mais cheia de vida, marcada pelos valores do Evangelho de Jesus Cristo, de quem João Batista foi o precursor!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Santo Antônio, o santo casamenteiro

Quem nunca ouviu dizer que Santo Antônio é capaz de "arranjar" casamentos? Histórias e mitos em torno do que teria feito esse santo em prol dos casais são muitos, mas a verdade é que existe, há muitos anos, uma devoção popular pelo religioso, em especial como intercessor dos solteiros que buscam a felicidade no casamento. 

Nascido em Lisboa por volta do ano de 1195, o santo sempre teve um ímpeto por evangelizar famílias com as verdades sobre o amor trazidas pelo evangelho e, não à toa, recebeu da igreja o título oficial de Padroeiro das Famílias. 

Mas um fato específico desencadeou a crença de que o santo era capaz de tornar realidade o sonho de se casar. Uma jovem muito pobre pediu a benção do então Frei Antônio porque não conseguia realizar o casamento devido a baixa condição financeira. Sua família não teria dinheiro para pagar o dote, as vestimentas para a cerimônia e o enxoval. O frei abençoou a moça e pediu que confiasse, pois receberia as doações e a solidariedade necessária para a realização do casamento. Passados alguns dias, a mulher recebeu em casa tudo aquilo que precisava e conseguiu se casar. 

Esse fato fez com que percorresse pelo mundo inteiro a ideia de que Santo Antônio "arranjava" casamentos. Entretanto, o mais curioso é que as pessoas passaram a negociar com o religioso e quando não conseguem um companheiro ou companheira, o "castigam" de diversas formas. É o que diz o Frei Luiz Turra, da paróquia Santo Antônio: "Muita gente inventa crenças. Onde já se viu mergulhar o santo de cabeça para baixo e dentro d’água para conseguir um marido?", completou. 

O frei acrescenta ainda que há muitos fatos extraordinários na vida de Santo Antônio e que por isso, a igreja reconhece o poder de Deus através da mediação do santo. “É como se fosse um gesto de confiança de Deus, diante da sensibilidade de Santo Antônio para com as pessoas. Não é o santo que alcança a graça, mas é ele que intercede pelos pedidos do homem, diante do Pai”, afirmou o Frei Turra. 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Carreata neste sábado abre comemorações pelo Dia de Santo Antônio

Paróquia de São Caetano, dedicada ao segundo santo mais popular do mundo, terá também no dia 13 quatro missas e a tradicional benção dos pães e bolos

A Paróquia de Santo Antônio, de São Caetano do Sul, já está em contagem regressiva para o próximo dia 13, em que o mundo comemora o dia do Santo Casamenteiro e amante dos pobres. Neste sábado, dia 8, a paróquia organizará às 13h a Quarta Santa Carreata pelas principais ruas da cidade, que entrou, inclusive, para o calendário de festividades oficiais de São Caetano. Também no sábado, a paróquia contratou um show especial às 20h para os fiéis com o cantor católico Laércio Oliveira e sua Banda, famoso pela atuação na Comunidade Canção Nova. Já no dia 13, na próxima quinta-feira, serão organizadas quatro missas, às 8h, 10h e 15h; e às 19h30, o momento mais especial do dia com a Missa em louvor a Santo Antônio, celebrada por Dom Nelson Westrupp, Bispo da Diocese de Santo André e o pároco, Francinaldo Sousa.

Toda esta programação faz parte da 38ª Festa de Santo Antônio, que começou com a tradicional quermesse no dia 25 de maio. “Este será o nosso Quarto Santo Evento em louvor a Santo Antônio, uma ação que já se tornou tradicional entre os fieis do ABC, de São Paulo e até do interior. Parte do que for arrecadado na festa do padroeiro será revertida para o projeto de reforma e construção que nossa paróquia tanto necessita. Queremos ter um prédio e um salão com melhores condições de acesso e comodidade aos fiéis. Toda a ajuda será bem-vinda, pois não dispomos dos recursos”, afirma o Padre Francinaldo Sousa, administrador paroquial da Santo Antônio. “Contaremos na missa com nosso querido bispo diocesano, Dom Nelson.”

A Quarta Santa Carreata terá sua concentração na paróquia às 13h. O itinerário contempla a passagem por diversos bairros, inclusive pelo centro. "Nesses quatro anos, sempre tivermos uma participação fervorosa dos fiéis. Gostaríamos de convidar todos os devotos de Santo Antônio, a sociedade de modo geral, ciclistas, motoclubes do ABC, amantes de carros antigos, enfim, todos aqueles que tiverem vontade de nos acompanhar", diz Pe. Francinaldo. 

Também no sábado, 8, a partir das 20h, entra em cena o cantor católico Laércio Oliveira e sua Banda, famoso pela atuação na Comunidade Canção Nova. "Será um grande show que vamos proporcionar ao ABC. Mais uma vez, reforço meu convite a toda a sociedade da região", completa o sacerdote. 

Dividida em três partes, social, religiosa e santo evento, a trigésima oitava Festa de Santo Antônio, tem como tema 'Ano da fé: Eu creio, nós cresmos!'. Ela começou no dia 25 de maio com a quermesse, que irá até o dia 7 de julho, sempre aos sábados e domingos a partir das 18h. A parte religiosa começou no último sábado (1 de junho), com a abertura da Trezena de Santo Antônio, que será celebrada até 12 de junho. O Tríduo de Santo Antônio será realizado nos dias 10, 11 e 12, sempre às 20h.

Entrevistas sobre Santo Antônio

O Padre Francinaldo e a paróquia estão mais uma vez disponíveis para as pautas sobre o Dia de Santo Antônio, que tradicionalmente são realizadas em junho. Para agendamento de entrevistas ou visita à paróquia, mais informações para a imprensa podem ser obtidas com Carlos Biagini (assessor voluntário) - 9 9968-2603 - ou com a secretária da paróquia pelo 4238-0066.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Milagres de Santo Antônio - Parte 2

O Milagre da Bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo)
No domingo de Páscoa enquanto pregava na Catedral, Santo Antônio lembrou-se de que fora designado para entoar a Alleluia na Missa que se celebrava naquele momento na Igreja do Convento franciscano. Não querendo faltar com a obediência e não podendo descer do púlpito, parou um pouco, calou-se como se estivesse retomando a respiração e, nesse momento, foi milagrosamente visto no Coro de seu convento, entoando a Alleluia. Esse prodigioso milagre de bilocação foi assistido e certificado por muitas testemunhas, espalhando-se a notícia em todos os locais.

O Menino Jesus Aparece para o Santo
Certa vez, Santo Antônio precisou de alojamento em Pádua e um senhor nobre, da família dos Condes de Camposampiero, teve a honra de o acolher em sua casa. Uma noite, vendo do lado de fora do quarto de Frei Antônio alguns raios de luz, aproximou-se e viu o Santo segurando nos braços um gracioso Menino que suavemente o acariciava. 
Ficou cheio de espanto por tão extraordinária maravilha. Compreendeu que se tratava do Menino Jesus que se tornara vísivel ao Santo para recompensá-lo com celestes consolações pelas fadigas sofridas. Enquanto ainda observava, o Menino desapareceu. Saindo do extâse, Frei Antônio deixou o quarto e dirigiu-se ao dono da casa, dizendo que sabia que ele o havia observado durante a aparição. Pediu então com insistência que não revelasse o que tinha visto. O senhor cumpriu a palavra, somente revelando o fato depois da morte do Santo. A história o tocara profundamente e todas as vezes que a relatava, não conseguia reter as lágrimas.

Morto Falou em Defesa do Pai de Frei Antônio
Tinha havido um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio. Todas as suspeitas do crime recaíam sobre o pai do santo.
Chegou o dia do julgamento. Os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. Assentado ali no banco dos réus, seu pai não podia se defender.
Nesse momento Santo Antônio estava fazendo um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que, em dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juizes. Entre outras coisas, disse-Ihes o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério.
Aceitaram o convite. Frei Antônio mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: “Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem matou você”.
Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se estivesse medindo as palavras:
“Não foi Martinho de Bulhões quem me matou”. E tornou a calar-se. Estava provada de maneira milagrosa a inocência do seu pai. Mais uma vez a verdade triunfou sobre a mentira e a calúnia.
Operou-se aí dois fatos milagrosos, a bilocação, ou ato de uma pessoa estar (por milagre) em dois locais ao mesmo tempo, e o poder de reanimar os mortos.

O Casamento da Jovem
Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada de esperar por um noivo, já desesperada de encontrar marido, pediu ajuda a Santo Antônio. Adquiriu uma imagem do santo, benzeu-a e todos os dias enfeitava-a com flores que colhia no jardim. Além disso, orava com regularidade para que Santo Antônio lhe arranjasse um noivo. Mas, passou-se muito tempo e o noivo não aparecia. 
Certa vez, pôs-se a lamentar a ingratidão do santo, chegando mesmo a ser repreendida pela mãe. E, desapontada, pegou a imagem e, no auge do desespero, atirou-a pela janela afora. Passava na rua, naquele momento, um jovem cavaleiro e a imagem o acertou na cabeça. Apanhou-a intacta e subiu a escada para devolvê-la. Quem o recebeu foi a formosa donzela. O cavaleiro apaixonou-se por ela e algum tempo depois casaram-se, naturalmente por milagre do santo.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Milagres de Santo Antônio - Parte 1

Os Pássaros e a Plantação
O pai de Santo Antonio, Martinho de Bulhões, gostava de ir a uma fazenda que possuía nos arredores de Lisboa. Um dia, levou o filho com ele. Ocorre que insaciáveis bandos de pássaros desciam continuamente para bicar os grãos de trigo. Era necessário espantá-los para impedir grave dano à colheita. Martinho encarregou o garoto de manter longe os pequenos ladrões. O pai se foi e Fernando permaneceu correndo de cá para lá no campo. Em pouco tempo , começou a se aborrecer com aquela ocupação. Não muito longe, uma capelinha rústica o convidava à oração. Mas o pai o mandara enxotar os passarinhos. Gritou então aos pássaros, convidando-os a segui-lo para dentro de uma sala da fazenda. Obedientes os pássaros entraram. Quando todos estavam dentro, Fernando fechou as janelas e as portas, e foi tranqüilamente fazer sua visita ao Senhor. Retornando o pai veio procurá-lo. Andou pelo campo, chamando-o , mas não o encontrou. Preocupado, dirigiu-se à capela e o descobriu, todo absorto na prece. Fernando tomou o pai pelas mãos e o conduziu ao salão repleto dos vôos e dos cantos dos graciosos prisioneiros. Abriu a porta e, a um sinal seu, os pássaros, em bando, retornaram os livres caminhos do espaço. 

O Jumento se Curva Diante da Eucaristia
Durante uma pregação, cujo tema era a Eucaristia, levantou-se um homem dizendo: “Eu acreditarei que Cristo está realmente presente na Hóstia Consagrada quando vir o meu jumento ajoelhar-se diante da custódia com o SS. Sacramento”. O Santo aceitou o desafio. Deixaram o pobre jumento três dias sem comer. No momento e lugar pré-estabelecido, apresentou-se Antônio com a custódia e o herege com o seu jumento que já não agüentava manter-se em pé devido ao forçado jejum. Mesmo meio-morto de fome, deixou de lado a apetitosa pastagem que lhe era oferecida pelo seu dono, para se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento.

Sermão aos Peixes
Santo Antônio foi pregar na cidade de Rímini, onde dominavam os hereges que resolveram não ouvi-lo em hipótese alguma. Frei Antônio subiu ao púlpito e quase todos se retiraram e fugiram. Não esmoreceu e pregou aos que tinham ficado. Inflamado pela inspiração Divina, falou com tal energia que os hereges presentes, reconheceram seus erros e resolveram mudar de vida. Mas o Santo não estava contente com o resultado parcial  Retirou-se para orar em solidão, pedindo ao Altíssimo que toda a cidade se convertesse. 
Saindo do retiro, foi direto às praias do Mar Adriático e, em altos brados clamou aos peixes que o ouvissem e celebrassem com louvores ao seu supremo Criador, já que os homens ingratos não queriam fazê-lo. Diante daquela voz imperiosa, apareceram logo os incontáveis habitantes das águas, e se distribuíram ordenadamente, cada qual com os de sua espécie e tamanho. Os peixes ergueram suas cabeças da água e ficaram longo tempo imóveis, a ouvi-lo. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Santo Antônio - A Arca do Testamento

Frei Antônio de Pádua, em sua curta jornada existencial, dedicou-se inteiramente à propagação do Reino de Deus e, depois de um dos processos de canonização mais curtos da história, recebeu, por causa da perfeição de sua vida, a coroa da glória e a veneração de todos os povos, sendo aclamado como o “Santo do Mundo Inteiro”. Em sua singela imagem resplandece o espírito franciscano, o amor ardente pela Palavra, a heróica e íntegra pureza de vida e, por fim, a misericórdia divina para com todos os sofredores, sinalizada nos abraços abertos do Deus feito Menino.

Nascido em Lisboa em 1195, o santo recebeu de seus genitores o nome de Fernando. Cursou suas primeiras letras na escola dos cônegos da Catedral e, em 1210, ingressou para a Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Foi transferido, em 1212, para estudar Filosofia e Teologia em Coimbra, onde se ordenou presbítero e se especializou em Sagrada Escritura.

A Providência Divina quis, então, que, em 1219, se hospedassem em seu mosteiro cinco frades franciscanos que viajavam rumo a Marrocos. O santo, que era porteiro do mosteiro, admirou-se do vigor daqueles franciscanos e de seu espírito missionário. Desde tenra idade, era também este o desejo do jovem Cônego Fernando: ser missionário. No ano de 1220, passam pelo mesmo mosteiro as urnas contendo os restos mortais dos cinco frades, os primeiros santos mártires dos Frades Menores; o que intensificou ainda mais o seu anseio por seguir este exemplo de vida.


Movido por estes exemplos, Fernando pediu para ser admitido à Ordem Franciscana, adotando como nome religioso “Frei Antônio”, em homenagem a Santo Antônio do Egito (mais conhecido como Santo Antão, famoso pai da vida religiosa e monástica).

Neste mesmo ano é enviado em missão ao Marrocos como missionário dos maometanos, porém fica gravemente enfermo e é enviado novamente a Portugal. Contudo, a viagem marítima não prosseguiu o seu curso; ao passar por uma tempestade, sua embarcação é atirada às costas de Sicílio, perto de Messina. Doente e fraco, Frei Antônio foi recolhido pelos frades num pequeno convento. A chegada da primavera e os cuidados dos confrades o ajudaram a superar a febre.

No final do Capítulo de 1221, Frei Antônio, que ainda estava recuperando a saúde e falava pouco o italiano, foi convidado por Frei Graciano a fazer parte da fraternidade do eremitério de Montepaolo. Uma das qualidades de Frei Antônio era ser um valioso factotum, e por isso estava sempre atento às necessidades da fraternidade, ora trabalhava na cozinha, ora na portaria, ora na horta, ora estava em contemplação.

Ou no Advento de 1221 ou na Quaresma, houve uma ordenação sacerdotal em Forli, não longe de Montepaolo. Reuniram-se muitos frades e dominicanos. À hora do almoço, o guardião pediu a um deles que dissesse algumas palavras sobre o sacerdócio. Todos se esquivaram, desculpando-se que se não haviam preparado. Como era praxe alguém falar, o guardião voltou-se para Frei Antônio que, em latim fluente e gramatical, foi um crescendo encantando a todos, até chegar ao âmago do carisma sacerdotal. Todos saíram do almoço falando dele como pregador e como profundo conhecedor da Escritura e da Teologia2.

Após este acontecido, Frei Antônio, que no silêncio da cozinha conventual atuava, passou a pregar publicamente. Os relatos históricos atestam que o santo pregador anunciou o Santo Evangelho por toda aquela região onde habitava.

Aconteceu que, no ano de 1223, todos os franciscanos se reuniram para o Capítulo dito “de Pentecostes”. Neste encontro, São Francisco, tendo conhecimento de que Frei Antônio era possuidor de um vasto conhecimento teológico e de grande humildade, nomeou-o como primeiro professor de Teologia dos frades. Eis a carta que São Francisco escreve a Santo Antônio:
Frei Francisco a Frei Antônio, meu bispo, saudações.
Apraz-me que leias a Sagrada Teologia aos frades, contanto que dentro desse estudo não extingas o espírito da santa oração e devoção, como está contido na Regra.

Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial e mestre em espiritualidade franciscana, assim comenta em um de seus artigos: “Aparentemente, esta carta se apresenta sóbria e simples. No entanto, esta simplicidade aparente nos pode enganar. Pois, quanto mais nela se mergulhar, tanto mais tesouros aí se escondem”3.

Frei Antônio passa a ensinar aos confrades a Sagrada Teologia e, com grande dedicação a este serviço, adverte aos seus aprendizes acerca da brevidade e simplicidade na pregação. Certamente, a sua fama de exímio pregador se deve ao fato de que a todos ele se fazia compreender.

Cativava a todos por onde passava; porém, conta-se que em Rímini, certa vez, o povo não quis ouvi-lo, então humildemente o santo dirigiu-se ao mar e começou a pregar aos peixes que em cardume demonstravam sua atenta predileção. O ardor pela Sagrada Eucaristia o consumia profundamente a ponto de não aceitar que outros fossem indiferentes a tão sublime sacramento e não o adorassem. Conta-se que Antônio tinha sido desafiado por um camponês que afirmava só receber a Sagrada Eucaristia se seu burrico se ajoelhasse diante da mesma; o que milagrosamente aconteceu, embora o camponês tivesse deixado o animal três dias sem comer a fim de que sua fome ainda mais o impelisse a dirigir-se sem demora ao alimento.

Há muitas narrativas maravilhosas sobre os atos de Santo Antônio, no entanto, uma merece destaque aqui: a história do "pão de Santo Antônio", que remonta a um fato curioso que é assim narrado:

Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido roubados. Atônito, foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. O irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento. Até hoje na devoção popular o "pãozinho de Santo Antônio" é colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o de que comer 4.

Santo Antônio recebeu do Papa Gregório IX a denominação de “Arca do Testamento”, pois tal era seu conhecimento das Escrituras que, se por ventura estas viessem a se perder, ele seria capaz de reescrevê-las. Deixou-nos realmente um legado de vida e obra: seus sermões escritos como orientação para seus confrades estudantes e seu testemunho de vivência radical do Evangelho. Entregou sua vida nas mãos do Pai Eterno em 1231, com apenas 36 anos.

Santo Antônio captou muito bem e em grande profundidade a doutrina de São Francisco para que, no Studium de Bolonha, pudesse realmente transmitir aos irmãos o gosto pela Sagrada Teologia, sempre em conformidade com o "espírito da santa oração e devoção". São Francisco, com sua vida e pregação penitencial, e Santo Antônio, com sua vida penitencial e pregação doutrinal, ambos percorreram o mundo "não em eloquência persuasiva da sabedoria humana, mas na doutrina e na demonstração do Espírito" (1Cel 36; 1Cor 2,4). A vida interior de ambos se caracterizou, para usar uma expressão de São Boaventura, pela "total hospitalidade do Espírito do Senhor, sendo corretos intérpretes das Escrituras, e dóceis nos ensinamentos, a fim de conquistar a pérola preciosa de que fala o Evangelho" (LM 12.2.14)5.

Santo Antônio de Pádua não só com sua língua anunciou ao mundo a Boa Nova, mas, através de sua vida de santidade, fez-se modelo de um verdadeiro cristão. Sigamos o seu exemplo de vida.
Santo Antônio, rogai por nós!