terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mês da Bíblia: Livros apócrifos: entenda o que são e como lidar com seu conteúdo

A palavra “apócrifo” significa “escrito secreto, reservado, oculto, não lido publicamente”. Os livros apócrifos não fazem parte do cânon - lista oficial de livros inspirados - da Bíblia Sagrada. O conteúdo de alguns deles pode ser considerado ao máximo como um auxílio para entender alguns detalhes históricos, não de fé.

De acordo com o padre Antônio Xavier, mestrando em Sagradas Escrituras e sacerdote da Comunidade Canção Nova em missão na Terra Santa, eles nunca foram considerados inspirados pela Igreja, porque alguns apresentam conteúdo herético, ou seja, com erros de fé, outros distorcem informações históricas e alguns não possuem uma real utilidade.

A leitura destes livros não é proibida pela Igreja. No entanto, padre Xavier destaca que os fiéis que quiserem ler este material devem fazê-lo com certa cautela, conhecimento prévio do assunto tratado no livro e uma  formação boa da doutrina católica. 

“Os livros apócrifos podem ser lidos sim, mas não como livros inspirados. A Igreja não proíbe a leitura dos apócrifos, mas não os ensina para evitar que as divergências contidas neles possam gerar confusão de fé na cabeça das pessoas. Eu, pessoalmente, desaconselho a leitura de apócrifos sem uma prévia leitura de uma boa crítica sobre eles e uma prévia leitura dos evangelhos canônicos, para evitar que se termine com as ideias mais confusas do que claras”, disse.

A utilidade dos livros apócrifos para a Igreja está no auxilio que alguns podem dar para melhor compreensão de detalhes históricos. Trata-se apenas de um uso para estudo, não na liturgia, e muito menos de uso catequético.

O padre explica que como alguns deles tendem a preencher lacunas dos livros canônicos, podem representar ao menos uma pista para recuperar uma informação antiga, como o trajeto feito pela Sagrada Família quando foram para o Egito, e etc. “Mesmo os que são heréticos, erram em dados de fé, mas podem conter informações históricas que podem ser investigadas posteriormente”.

Como discernir se um livro é apócrifo ou não?
Uma das questões presentes na discussão sobre os livros apócrifos está na sua origem. Para a Igreja Católica, eles não são escritos inspirados por Deus. Segundo o padre Xavier, os critérios utilizados para discernir quanto à inspiração dos livros do Novo Testamento são baseados nos padres apostólicos, utilizados desde o primeiro século do cristianismo. 

De acordo com o padre, foram quatros os critérios utilizados: o livro deveria ter origem apostólica, ou seja, ter sido escrito por um apóstolo ou escrito durante o período de vida dos apóstolos por alguém que tivesse convivido com algum; não poderia conter contradições de fé em relação aos demais livros considerados sagrados. Além disso, deveria ser capaz de conduzir a uma relação especial com Deus, ou seja, por si só ser capaz de gerar, reforçar e amadurecer a fé e ter sido aceito pela Igreja primitiva em sua liturgia.

O cânon da Bíblia
Já os livros canônicos, embora sejam de inspiração divina, foram escritos por mãos humanas, fruto de um longo período histórico de amadurecimento da fé, explica padre Xavier.. “Enquanto a fé da comunidade não era madura o suficiente, o Espírito Santo não inspirou a escrita, para dizer que um livro da Sagrada Escritura é sempre inspirado em um ambiente saudável de fé”. 

Para a Igreja, a inspiração divina sobre a Bíblia se distingue da chamada inspiração divina contida em outros escritos (textos espirituais, catequeses, homilias, e etc). “Para estas, o homem de fé se inspira na Bíblia e depois a explica, sem acrescentar e sem contradizer, por meio da arte, seja falada, escrita, construção de ícones e etc”.

Durante a entrevista, feita pelo noticias.cancaonova.com ao padre Xavier, ele também explicou como os protestantes veem os livros apócrifos. Além disso, o sacerdote dá outros detalhes sobre os dados históricos destes livros, a origem de sua inspiração e apresenta uma lista dos livros apócrifos.

sábado, 21 de setembro de 2013

O que é um Livro de Ouro?

A ideia de se fazer um Livro de Outro surgiu em tempos remotos, com a finalidade de deixar registrados acontecimentos importantes de uma sociedade, de um grupo ou de uma comunidade muitas vezes não aceitos pelos governantes, pois só a eles lhes cabia o direto de fazê-lo.
O Livro de Ouro é um documento histórico, onde consta uma ação realizada por um grupo de pessoas com um objetivo comum.
Os que fazem parte de um Livro de Ouro, são aqueles (homens e mulheres) que se empenharam com mais ardor em realizar esta ação.
O Livro de Ouro da Paróquia Santo Antônio terá como conteúdo a assinatura de todos que contribuíram e contribuirão para a Construção e reforma da Paróquia. Assim, seus nomes ficarão eternizados e farão parte desta história.
Venha participar deste livro! Dê a sua contribuição. Assim as futuras gerações (filhos e netos) poderão ver em cada detalhe, em cada tijolo da Igreja um pouco do sacrifício e do amor de seus pais que acreditaram em um sonho: Dar uma casa digna Aquele que tanto fez para humanidade.

Paróquia Santo Antônio
São Caetano do Sul - SP

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mês da Bíblia: O Livro dos Livros

Devemos um tribulo de gratidão aos homens que escreveram a Bíblia Sagrada. Sem dúvida, o dedo de Deus está nos Salmos harmoniosos e nas cartas doutrinárias de Paulo de Tarso entre outros.

A Torá é uma coleção de cinco livros iniciais desta magnífica obra de Fé e de Verdade que é a Bíblia Sagrada.

Os Profetas desfilam em mais de dois mil anos de história do povo hebreu. Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel e muitos outros nos dão lições de Vida e de Amor a Deus.

Jesus é a coroa maior da Bíblia e divide em duas águas o Velho e o Novo Testamento. Os discípulos e apóstolos do Mestre de Nazaré relatam a sabedoria maior de Jesus e, cada um a seu estilo, tentam revelar esta figura ímpar que é o Cristo em nosso meio.

Todos os estilos foram respeitados e João Evangelhista nos premia com um Evangelho poético e as divinas revelações do Apocalipse. Lucas, médico e amigo, além de escrever com critério o Evangelho segundo Lucas nos ilumina com os Atos dos Apóstolos logo depois da mudança espiritual de Jesus do nosso plano. Vale a pena abrir o velho volume que está na estante de nossas casas e nos deleitarmos com a maior obra de literatura e sabedoria escrita, até hoje, entre nós.

Paulo Roberto Girão Lessa

Fonte: Almanaque Santo Antônio 2013

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Mês da Bíblia: Conhecer para amar a Palavra de Deus

"Quando se apresentavam palavras tuas, eu as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu coração” (Jr 15,16).

Aproximar-se da Palavra de Deus gera alegria no coração. O mês dedicado à Bíblia quer mais uma vez lembrar de sua importância em nossa caminhada cristã. Ler, escutar atentamente, conhecer existencialmente, contemplar, amar, deixar-se transformar pela Palavra, é o melhor caminho para o encontro pessoal com o Senhor. “De manhã em manhã ele me desperta, sim, desperta o meu ouvido para que eu ouça como os discípulos” (Is 50,4).

Toda a História da Salvação comprova que a Palavra de Deus é viva. Quem toma a iniciativa de se comunicar é o próprio Deus, fonte da vida (cf. Lc 20, 38). A sua Palavra dirige-se ao ser humano, criado para ser capaz de entrar em comunicação com o seu Criador. A Palavra de Deus acompanha o ser humano desde a criação até o fim de sua peregrinação terrena.

Manifestou-se de diversos modos, atingindo o ápice na Encarnação do Verbo, por obra do Espírito Santo (cf. Jo 1, 1. 14). Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é “Aquele que vive” (Ap 1, 18), Aquele que tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68).

Na Bíblia encontramos tudo o que Deus tem a nos comunicar. Antes de se fazer carne e alimento eucarístico, o Verbo se fez escritura, Palavra de vida e de amor, revelação de sua bondade e infinita misericórdia.

O homem e a mulher de hoje sentem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Há uma abertura apaixonada pela Palavra de Deus. A escuta religiosa da Palavra de Deus é fundamental para o encontro com Ele. Vivemos a vida segundo o Espírito em proporção da capacidade de dar espaço à Palavra, de fazer nascer o Verbo de Deus no nosso coração. A essa abertura do ser humano Deus invisível fala aos seres humanos como a amigos e conversa com eles, para convidá-los e recebê-los em comunhão com Ele (cf. DV 2).

A leitura freqüente da Bíblia nos habituará à voz do Espírito, ajudar-nos-á a reconhecê-la nas diversas circunstâncias da vida, nos ensinará a contar nossos dias e a ter um coração sábio (cf. Sl 89,12).

A Palavra nos faz mergulhar em Deus, leva-nos a uma união sempre mais íntima com ele, cria em nós o “senso bíblico”, uma mentalidade segundo o autor sagrado.

A compreensão e penetração da Escritura sagrada acontece na razão direta com a transparência de coração e a santidade de vida. A alma que lesse a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morreria de sede à beira dessa fonte de água viva... É questão de abandonar-se ao louvor silencioso do coração, num clima de oração adoradora, como a Virgem do silêncio e da escuta, porque todas as palavras de Deus se resumem e devem ser vividas no amor (cf. Dt 6, 5; Jo 13, 34-35).

A exemplo de Maria Santíssima, somos convidados a redescobrir a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). Redescobrir sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização e na catequese, na vida pessoal e comunitária. A Palavra de Deus qualifica a presença da Igreja na sociedade como fermento de um mundo mais humano.

O ideal seria transplantar a Palavra de Deus para dentro de nós, apoderando-nos dela, convertendo-nos totalmente a ela. Assim, nossos pensamentos, sentimentos e desejos, dariam lugar ao pensar, sentir, querer e amar de Cristo Jesus. Feitos discípulos/as de Jesus, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciá-la aos de perto e aos de longe, tornando atual o convite de Jesus, Palavra feita carne: “o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1, 15).

O mais desejável, portanto, é que cada um de nós tenha apetite sempre mais delicioso para a Palavra de Deus, e adquira um verdadeiro ”espírito bíblico” em seu peregrinar de volta para a casa do Pai. Empenhando-nos em conformar nossa vida ao que lemos, a Palavra nos transformará e nos renovará espiritualmente. Não endureçamos, pois, os nossos corações, nem engrossemos o número daqueles que ouviram a palavra e de nada adiantou. Antes, ouçamos “hoje” a sua voz, “pois a Palavra de Deus é viva e eficaz” (cf. Hb 4, 2.7.12). O espírito dócil e disponível lê, ouve, medita, reza, contempla e vive a Palavra de Deus.

Dom Nelson Westrupp

Fonte: Portal Católico

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Especial Setembro: Mês da Bíblia

Confira todas as postagens do nosso Especial de Setembro: Mês da Bíblia

Em que ordem ler a Bíblia?

Regras de ouro para ler a Bíblia




Mês da Bíblia: Em que ordem ler a Bíblia?

A Bíblia não é um simples livro. Ela é uma biblioteca de 73 livros. Eles são bem diferentes uns dos outros, têm os mais diversos estilos, foram escritos em épocas muito distantes e em situações muito diferentes.

É necessário um Plano de leitura. No início, há muita coisa que não se entende, o que é muito natural. Até na leitura de um romance acontece isso. Não pare por causa disso, prossiga, à medida que se vai lendo, as coisas vão se esclarescendo umas às outras. É uma regra de ouro: a Bíblia se explica por si mesma. Por isso é tão importante um plano de leitura.

Existem vários planos de leitura. Todos eles são bons, porque se baseiam num princípio. Apresento aqui um determinado plano. Ele se destina àqueles que desejam começar a ler a Bíblia e não têm outros recursos a não ser conhecer a Bíblia através dela mesma. Siga a ordem indicada aqui, ela faz parte do método.

Plano de leitura do Novo Testamento

1. 1ª Carta de São João. (2 vezes)

2. Evangelho de São João

3. Evangelho de São Marcos

4. As pequenas cartas de São Paulo:

Gálatas

Efésios

Filipenses

Colossenses

1ª e 2ª Tessalonicences

1ª e 2ª Timóteo

Tito

Filêmom

5. Evangelho de São Lucas

6. Atos dos Apóstolos

7. Carta aos Romanos

8. Evangelho de São Mateus

9. 1ª e 2ª Carta aos Coríntios

10. Hebreus

11. Carta de São Tiago

12. 1ª e 2ª Carta de São Pedro

13. 2ª e 3ª Carta de São João

14. Carta de São Judas

15. Apocalipse

16. 1ª Carta de São João (3ª vez)

17. Evangelho de São João (2ª vez)

"Nunca mais a guerra"

O papa Francisco dedicou o Angelus deste domingo, 1º de setembro, ao tema da paz, recordando os tantos conflitos em diversas partes do mundo, no Oriente Médio e em especial na Síria. O pontífice disse estar “profundamente ferido” pelo que está acontecendo na Síria, naquele “martirizado país” e em outros locais de conflito e por isto convocou um Dia de Oração e Jejum para 7 de setembro, convidando a todos cristãos, fiéis de outras religiões e não-crentes.

“Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! A paz é um dom muito precioso, que deve ser promovido e tutelado”, disse o papa. “Com uma angústia crescente o grito da paz eleva-se de todas as partes da Terra, de todos os povos, do coração de cada um, da única grande família que é a humanidade”, continuou.

O papa declarou ainda que acompanha, com preocupação, tantas situações de conflito. Mas que nestes dias tem o coração profundamente ferido pela situação da Síria. Francisco disse estar angustiado pelo dramático desenvolvimento dos acontecimentos. “Quanta devastação, quanta dor trouxe e traz o uso das armas naquele país martirizado”.

“Com particular firmeza condeno o uso de armas químicas”, declarou veemente o Santo Padre, que conclamou a todos a pensarem em quantas crianças não poderão ver a luz de um futuro. “Existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre nossas ações ao qual não se pode escapar!”.

“Não é nunca o uso da violência que leva à paz”, advertiu: “Guerra chama guerra, violência chama violência! Com todas as minhas forças peço às partes envolvidas no conflito para escutarem a voz de suas consciências, de não fecharem-se nos próprios interesses mas de olhar o outro como a um irmão e de tomarem, com coragem e decisão, o caminho do encontro e da negociação, superando a cega contraposição”.

O papa então apelou à comunidade internacional para que realize todo esforço possível, promova sem demora iniciativas claras pela paz, baseadas no diálogo e na negociação para o bem de toda a população síria. “Que não sejam poupados esforços em garantir assistência humanitária a quem é atingido por este terrível conflito, em particular aos deslocados no país e aos numerosos refugiados nos países vizinhos”.

Então o papa perguntou: “O que podemos nós fazer pela paz no mundo? A paz é um bem – recordou – que supera todas as barreiras porque é um bem de toda a humanidade”.

“Repito em alta voz: Não é a cultura do confronto, a cultura do conflito que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas esta – a cultura do encontro, a cultura do diálogo, este é o único caminho para a paz. Que o grito da paz se eleve alto, para que chegue ao coração de todos, e que todos deponham as armas e deixem-se guiar por desejo de paz”.

Por fim, o convite a todos os católicos, aos fiéis de outras religiões e aos não-crentes para participar de um Dia de Oração e Jejum pela Paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro: “O 7 de setembro, na Praça São Pedro, aqui, das 19 até às 24 horas, nos reuniremos em oração e em espírito de penitência, para pedir a Deus este grande dom para a amada Nação síria e para todas as situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade tem necessidade de ver gestos de paz e de sentir palavras de esperança e de paz”.

Fonte: CNBB

Mês da Bíblia: Regras de ouro para ler a Bíblia

1. Leia a Bíblia todos os dias

Eis a principal regra de ouro: ler a Bíblia todos os dias. Sem exceção. Leia quando tiver vontade e quando não tiver também! É como remédio: com ou sem vontade, tomamos, porque é necessário. Com a Bíblia é a mesma coisa. E nos tempos em que vivemos, isso é premente.

Assim como você alimenta o corpo todos os dias, alimente diariamente o seu espírito com a Palavra de Deus. Assim como tomamos banho todos os dias e, quando não podemos fazê-lo de manhã, à noite o corpo pede um banho, assim também se passa com a leitura da Bíblia: se você não conseguir ler durante o dia, sem que você se aperceba, o seu espírito ficará pedindo um banho da Palavra de Deus. Não deixe de dar ao seu espírito o que você dá ao seu corpo!

Tem gente que não consegue dormir sem tomar banho; essas pessoas se viram e se reviram na cama sem dormir. Que eu e você sejamos assim: que não possamos dormir sem o banho da leitura da Palavra de Deus.

2. Tenha uma hora marcada para a Leitura

Para grande parte das pessoas, a melhor hora de ler é de manhã cedinho. Elas se levantam cedo para ler a Bíblia e fazer o seu trabalho com o Diário Espiritual, antes das outras ocupações e do começo do movimento em casa.

Trata-se de um costume maravilhoso. É certamente o que mais rende. Além disso, tem-se a vantagem de iniciar logo cedo, uma super-refeição e começamos o dia com força total.

Há, porém quem tenha dificuldades para fazer isso. São pessoas que, pela manhã, sentem-se pesadas, sonolentas. Parece que a cabeça não funciona. Elas não conseguem se concentrar. E não adianta fazer esforço, pois terminam por gastar tempo para alcançar pouco.

Nada há de estranho nisso. Existem muitas pessoas assim, talvez você seja uma delas. Essas pessoas em geral, rendem mesmo à noite. Apesar do cansaço do dia, à noite sua mente fica desperta, ativa... Se para você o período bom for o noturno, não hesite: trabalhe com a Bíblia à noite.

Fazer isso também tem vantagens: você prolonga a leitura até a hora que quiser e vai dormir com um bom conteúdo na mente. E o seu inconsciente com certeza, vai trabalhar com todo esse material.

Para muitas mães de família, o melhor momento é o meio da tarde, depois de terminar os trabalhos domésticos. Nessa hora, elas estão sossegadas, não havendo barulho nem movimento na casa, o que lhes permite trabalhar com a Bíblia.

O importante é descobrir o melhor período para você. E fazer dele a sua hora marcada, sendo-lhe fiel, sem exceções.

3. Marque a duração da Leitura

Esta é outra regra de ouro: marque a duração da leitura e seja-lhe fiel. Seja sério consigo mesmo. É preferível 10 minutos todos os dias a ser levado pelo entusiasmo de quem começa e não ir em frente.

Muitas pessoas que, de início, exigiram muito de si mesmas, a fim de fazer com seriedade e constância esse trabalho, agora se confessam satisfeitas com o fato de que, passado certo tempo, sentiram um envolvimento e uma motivação tamanhos que a disciplina deixou de ser uma exigência. Do mesmo modo, dado o rigor com o qual encararam esse tempo para a leitura, hoje, percebem que se tornou curto. Elas precisam de mais tempo, o trabalho ficou com gosto de "quero mais". Pena que nem sempre seja possível.

4. Escolha um bom lugar

Ter o cantinho da gente é muito bom. E não precisamos de nada especial; o que importa é contar com um lugar tranqüilo, silencioso, que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Faz bem, ir todos os dias para o nosso cantinho e nele fazer o nosso trabalho com a Bíblia.

Lembre-se, todavia, que o lugar é uma coisa secundária: ele é apenas um meio para trabalharmos melhor e com maior resultado. Importante mesmo é, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, realizar com dedicação a nossa tarefa.

5. Leia com lápis ou caneta na mão

Não se trata de simplesmente ler; devemos fazer uma leitura ativa. Um meio simples, mas eficaz é ler com lápis ou caneta na mão. Sublinhe as passagens mais importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que lhe falaram e que o tocaram de modo especial. É até bom ter uma caneta de quatro cores e usar ora uma ora outra. Isso ajuda: ponha trechos em destaque, diferencie.

Utilize sinais que tenham sentido para você, faça anotações, não tenha medo de riscar a sua Bíblia. Ela é um instrumento de trabalho. Você vai ficar com a Bíblia bem marcada; vai ser fácil você se lembrar das passagens e encontrá-las quando procurar. Além disso, facilita a concentração na leitura, o entendimento da mensagem e a impressão do que é lido na mente e no coração.

6. Faça tudo em espírito de oração

Você não está apenas lendo a Bíblia, você está buscando um encontro com a Palavra de Deus. Está à procura de um contato íntimo com a Palavra Viva do Deus, que fala a você.

Trata-se de um diálogo: você escuta, você acolhe, você se toca, se sensibiliza, responde. É um encontro vivo entre pessoas vivas, um encontro de pessoas que se amam mutuamente. Muitos experimentaram essa relação. Experimente você também.

O principal interesse de Deus não é tanto fazer você escutar, mas falar com você. Ele deseja instruir você, quer conduzi-lo ao conhecimento da verdade. Por isso, esteja atento, fique alerta; mantenha-se numa atitude de expectativa. Deus tem algo de bem pessoal e concreto para lhe dizer!

Fonte: Canção Nova

domingo, 1 de setembro de 2013

São Jerônimo e as Escrituras Sagradas

Próximo do ano 366 d.C., por causa do modo de ser e da mentalidade dos povos orientais, na Igreja do Oriente havia vários ambientes onde os erros doutrinários encontravam terreno propício para germinarem. As heresias se difundiam e causavam confusão em todo o corpo social.

Era tal a situação que tornou-se necessária uma reação da autoridade espiritual e da temporal. Elas tinham que se unir para defender-se dos erros que ali pululavam.  Para isso o Imperador Teodósio e o Papa São Dâmaso resolveram convocar um sínodo em Roma.

O secretário do evento deveria ser Santo Ambrósio, porém, o culto e famoso bispo de Milão adoeceu gravemente. Para substituí-lo, o Papa convidou Jerônimo. Ele desempenhou esse cargo com muita eficiência e sabedoria. Reconhecendo em São Jerônimo seus dotes extraordinários e seu grande saber, o Papa São Dâmaso quis tê-lo junto de si e o nomeou como seu secretário, assim que terminou o sínodo.

Como secretário Jerônimo tornou-se o encarregado de redigir as cartas enviadas pelo Pontífice. Era dele uma outra atribuição muito importante dentro do governo da Igreja: "responder a todas as questões que se referissem à religião, de esclarecer as dificuldades das Igrejas particulares [dioceses], das assembleias sinodais, de prescrever àqueles que voltavam das heresias o que eles deveriam crer ou não, e de estabelecer, para isso, regras e fórmulas".

O Papa São Damaso desejava ter uma tradução da Bíblia que fosse o mais fiel possível aos textos originais. Os textos bíblicos até então existentes tinham imperfeições de linguagem e imprecisões de traduções. O Papa percebia a necessidade de uma tradução que pudesse servir de texto único e uniforme para servir de base para na liturgia, nos estudos e orações dos fiéis, já que as versões populares eram imperfeitas e passiveis de criar confusão entre os fiéis.

Foi então que o Papa São Dâmaso encarregou São Jerônimo de verter o texto das Escrituras Sagradas para o latim. O Papa sabia que seu secretário teria condições para levar a cabo esse importante projeto. Ele já tinha provas do profundo conhecimento que Jerônimo tinha dos textos bíblicos. Sua fama de latinista erudito e poliglota consumado era sabida por todos. Além do latim, ele conhecia bem o grego e o hebraico, e ainda entendia bem o aramaico; línguas muito ligadas aos textos Sagrados.

O trabalho de São Jerônimo abrangeu praticamente sua vida toda. Ele escrevia com elegância clássica o latim e traduziu a Bíblia inteira. Daí foi que surgiu a texto da Bíblia conhecido como "Vulgata", que significa "de uso comum". Essa tradução foi usada largamente em quase quinze séculos. Seu texto tornou-se oficial com o Concílio de Trento e só cedeu o lugar nos últimos tempos, depois de estudos linguísticos exegéticos mais recentes.

No trabalho deixado por São Jerônimo, ele mostra seu agudo senso crítico, um amor extraordinário à Palavra de Deus e uma grande riqueza de informações sobre tempos, usos e lugares relativos à Bíblia Sagrada. O Papa Clemente VIII afirmou que São Jerônimo, nesse trabalho de suma importância, foi assistido e inspirado pelo Espírito Santo.

A dedicação extraordinária que São Jerônimo teve na tradução das Escrituras Sagradas só pode ter, de fato, um motivo de origem sobrenatural. E é o que se confirma ao ver as explicações que ele mesmo deu ao justificar seu empenho nesse importantíssimo trabalho: "Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo que diz: ‘Examinai as Escrituras e procurai e encontrareis' para que não tenhais de ouvir o que foi dito aos judeus: ‘Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus'. Se, de fato, como diz o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo". 

O que o Espírito diz a Igreja?

O Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn 1,1-2), proclama o magnífico hino da criação do universo, no qual retorna, como alegre refrão, a afirmação de que tudo o que Deus criou é bom! É o mesmo Espírito de Deus que “falou pelos profetas” (Credo niceno-constantinopolitano), o Espírito cuja presença se reconhece agindo naquele que as gerações esperaram: “O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu. Enviou-me para levar a boa-nova aos pobres, para curar os de coração aflito, anunciar aos cativos a libertação, aos prisioneiros o alvará de soltura; para anunciar o ano do agrado do Senhor, o dia de nosso Deus fazer justiça, para consolar os que estão tristes, para levar aos entristecidos de Sião um adorno em vez de cinzas, perfume de festa em vez de luto, ação de graças em vez de espírito abatido” (Is 61,1-3). É o Espírito de Deus, capaz de fazer reviver as ossadas ressequidas da visão de Ezequiel! (Cf. Ez 37,1-28). Na plenitude dos tempos, quando se realizam as profecias, a sinagoga de Nazaré, para escândalo de tantos e alegria daqueles que não deixaram apagar-se a chama da esperança, testemunha a presença aquele que é o Ungido do Pai, sobre o qual repousa o Espírito Santo.

É o mesmo Jesus do Batismo de João no Jordão, quando o Espírito apareceu sob forma de uma pomba. Ele, impulsionado pelo Espírito (Cf. Lc 4,14), realiza a sua missão e efetivamente traz consigo o ano da graça da parte do Senhor. Sua presença restaura, liberta e salva, de modo que ninguém passa em vão ao seu lado. Ele chama discípulos que caminham à sua frente, exulta no Espírito Santo e se alegra: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado” (Lc 10, 21). Jesus anuncia que Deus é Pai, abre a arca eterna do tesouro da Santíssima Trindade e revela que a vida divina não é solidão, mas comunhão, partilha, família. No monte da transfiguração, os discípulos “entram na nuvem” da presença do Espírito! Ali escutam e voz do Pai que os convida a ouvir e receber o Filho amado (Cf. Lc 9, 28-36). O “movimento” de amor existente da Santíssima Trindade é posto à disposição de todos os homens e mulheres de fé! Uma verdadeira voragem de vida sobrenatural, agora oferecida como dom!

Em sua Cruz redentora, Jesus Cristo “entrega” o Espírito (Cf. Jo 19,30). Já ressuscitado, Ele tem pressa! Sopra sobre os discípulos reunidos, para que recebam o Espírito Santo e se transformem em portadores da misericórdia e do perdão. Elevado aos Céus na Ascensão, leva à plena realização seu mistério pascal, infundindo, no Pentecostes da “inauguração da Igreja”, as línguas de fogo do Espírito Santo prometido, penhor da realização de suas palavras. Dali para frente, começa o tempo do Espírito, no qual nos encontramos, enquanto esperamos a vinda gloriosa de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo.
Este é o tempo em que o dom do discernimento se faz presente e urgente. Já as Igrejas dos tempos apostólicos (Cf. Ap 2-3) buscavam o que o Espírito lhes dizia, para serem fiéis ao Senhor. As respostas ao discernimento continuam atuais: retornar ao primeiro amor da conversão, adquirir novo vigor para a evangelização, tomar consciência dos males existentes nas próprias comunidades, não ter medo dos sofrimentos, conservar o que é bom a todo custo, vigilância para identificar os problemas existentes, superar a mediocridade. Ele está à porta e bate, entra na casa, partilha os dons, repreende, educa os que ama! Até hoje as mesmas recomendações entram pelas portas dos corações e das Igrejas, com frutos abundantes para o anúncio do Evangelho.

Com esta iluminação, podemos buscar o discernimento do que o Espírito grita à Igreja de nosso tempo! Nos discursos de despedida, reunido com os apóstolos no Cenáculo, vendo-os assustados com as revelações que recebiam, desejava que estes tivessem a paz, quando os alerta que no mundo teriam aflições: “Tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 17, 33). Como a vitória que vence o mundo é a nossa fé, vem o chamado a não pretender destruir pessoas ou lançar-lhes sentenças de condenação, mas ir-lhes ao encontro, identificando com o farol da fé as sementes do Verbo de Deus que estão plantadas pelo próprio Espírito Santo.

Mais! Seja vencido todo o derrotismo e a acomodação! o Evangelho é o que existe de melhor e mais atual para as pessoas de nosso tempo. Cristão acuado é cristão derrotado! Antes, com o testemunho pessoal e com a palavra, manifestar que o bem existe e é maior do que o mal.

Quando as pessoas encontrarem comunidades unidas, vivas e ardorosas, oração, testemunho da Palavra de Deus, templos de portas abertas, espírito missionário, serão tocadas pela ação do próprio Espírito Santo, que é a alma da Igreja. Elas virão em busca dos inúmeros poços, nos quais desejarão encontrar água viva (Cf. Jo 4, 7-15). Ao encontrarem ministros da Igreja ungidos pelo Espírito, abrirão sua alma e acolherão o dom da graça! As palavras de sabedoria, então destiladas dos lábios das pessoas de Igreja, serão acolhidas de boa vontade! Onde o fogo da caridade manifestar a fé, os homens e mulheres de nosso tempo acorrerão pressurosos, pois também hoje o Senhor tem um povo escolhido e amado em cada lugar! (Cf. At 18, 10)
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas!” (Ap 2,7.11.17.29; 3, 6.13.22).

Dom Alberto Taveira Corrêa